16.5.08

O Tabuleiro de Xadrez


Fui provocada, jogaram gasolina, risquei o fósforo e dei risada, acreditei que era possível....
Eu não criarei cascas....
Estou sangrando...e não é ruim,
Quebrei o tabuleiro de xadrez inteirinho, por que nunca soube usá-lo e agora vou me divertindo jogando as pecinhas uma por uma....
No fogo junto comigo, no abismo, na parede onde é bonito seu espatifar em pedaços...
Chegou a hora
de amar as flores sem viço,
de escancarar os poemas escondidos,
de correr para bem longe depois te ter atirado a chave no rio,
de andar pela estrada sozinha,
de parar diante da neblina.
Fui transformada em cinza tão fina que a luz me atravessa.
Não tenho medo.....mesmo perdida
Por que sinto as saídas e se quiser, irei nessa direção
Vou junto com os desejos neste instante, e nada vai me tirar do caminho.
Não tenho vergonha nem da bondade nem da perversidade.
Reis e rainhas decapitadas, bispos beijando demônios, cavalos correndo do fogo, torres que desmoronam, e os peões olham a tudo passivos, assustados aguardando sua vez...

2 comentários:

dom noronha disse...

belo jogo de xadrez.
fortes palavras. gosto muito desses escritos teus.

Ellen disse...

Li hoje. Gostei da construção! Gosto de te ver em carne viva! De ver vc jogando luz nos demônios, escancarada, desavergonhada. Tirando as camadas de roupa que te cobrem. De perder o medo do vento e da agua, por perceber que eles correm sempre...Vc cresce menina-mulher, sinto que tambem floresce.
peço desculpa pela falta, mas na minha historia tem sido muito bom ver a luz apos um grande periodo de inverno. É primavera e posso sentir o cheiro da terra molhada nos meus pés! Sabia, vc ajudou a arar.