25.5.08

Caminho...

O caminho de volta, em que não se volta ao mesmo lugar....Por que quando voltamos não somos mais os mesmos e o chão onde pisamos também.
O vento vai desfazendo as pegadas.
Então não há mais voltar, só parar e seguir?!
E se pararmos o chão não pára!
Para que inventar o verbo desapaixonar, desamar?
Se não vou usá-lo!
Se as palavras não fazem mais sentido e estou transitando além delas, permeando entre ações, olhares e sensações.
São conexões profundas, inéditas, doces, loucas, amargas e sãs...

4 comentários:

William disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
William disse...

Realmente, minha errante companheira de desvarios, o chão não pára. Não se pára, na verdade. Caminhamos sempre, por mais que escolhamos caminhos menos tortuosos, eles sempre se desdobrarão em transformações intensas - psíquicas, sociais, corporais, que seja -. Como é bom atentar para o sentido e significado dessas transformações. Essa é a única forma de efetivamente reconhecermos os caminhos e, a partir daí, realizar escolhas mais acertadas - que, para mim, são sempre as mais desalojantes e espantosas -. Nunca se permanece o mesmo, você tem razão. Nem com o outro, nem sozinho. Somente os deuses podem fazê-lo. Entretanto, desconfio que não queiram. Aliás, eles devem ficar um tanto quanto decepcionados com nossa raça quando nos atemos demais à definição das palavras. A maior diversão deles, presumo, talvez seja a de observar aqueles seres humanos que tateiam as fronteiras que limitam as palavras - e descobrem que há muito, muito mais para além de tais limitações. Ou aquém, no originário anterior a elas. Mas isso, novamente, "é para poucos. Pouquíssimos". Poucos são aqueles que recebem a dádiva/maldição de serem relampejados por raios aiônticos em suas cabeças. Sempre penso qual seria a missão desses pequenos grandes loucos. Ela não é dedicada ao mundo, porque este "tem" que funcionar. Talvez ela seja dedicada somente a eles mesmos. A um pensar solitário, um pensar que é desdobrar-se num outro que conversa com você. A velha coisa de falar "de si para si". E é a partir daí que as conexões se dão a conhecer, penso eu.
Os Verbos que você vai usar ou não são escolhas suas. E é um alumbramento gigante quando nosso livre-arbítrio se torna suficientemente sábio para que ele encontre o Destino. Muitas vezes, essa sabedoria parece ser a supressão do livre-arbítrio. Noutras, o Destino nos induz a encontrá-Lo pelo seu uso.
Capacidades negativas: só pensa quem aprende a lidar com o não, com a frustração, com a falta, com o fracasso, com a perda. Quem só quer se apropriar da luz é vencedor somente para esse mundo cartesiano e cheio de controle. E talvez esse coitado bem-sucedido descubra, aos 80 anos ou na próxima encarnação, quem sabe, que desperdiçou a vida ao desconhecer sua grande profusão sombria, a demoníaca, a violenta - exatamente a que irrompe em atos criativos, a que faz alquimia no dinamismo terreno.
Intenso seu blog. Parabéns mesmo!
Um beijo.

Ellen disse...

Gostei!
Mas depois do comentário do William fiquei ate com vergonha de escrever alguma coisa!
Parada é que vc não esta! Muito menos voltando! Sinto vc andar a passos largos....

Unknown disse...

Não tem como voltar ao mesmo lugar, não somos os mesmos nunca!
Talvez um rabisco no tempo, ou um lapso na existência, persistir, começar o novo, insinuando a finitude em cada esquina que dobramos...
Bendita loucura que nos consome!
Que nos conecta ao universo, que arranca a nossa alma do senso comum árido e insensível...
Beijos Fer