O caminho de volta, em que não se volta ao mesmo lugar....Por que quando voltamos não somos mais os mesmos e o chão onde pisamos também.
O vento vai desfazendo as pegadas.
Então não há mais voltar, só parar e seguir?!
E se pararmos o chão não pára!
Para que inventar o verbo desapaixonar, desamar?
Se não vou usá-lo!
Se as palavras não fazem mais sentido e estou transitando além delas, permeando entre ações, olhares e sensações.
São conexões profundas, inéditas, doces, loucas, amargas e sãs...
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4 comentários:
Realmente, minha errante companheira de desvarios, o chão não pára. Não se pára, na verdade. Caminhamos sempre, por mais que escolhamos caminhos menos tortuosos, eles sempre se desdobrarão em transformações intensas - psíquicas, sociais, corporais, que seja -. Como é bom atentar para o sentido e significado dessas transformações. Essa é a única forma de efetivamente reconhecermos os caminhos e, a partir daí, realizar escolhas mais acertadas - que, para mim, são sempre as mais desalojantes e espantosas -. Nunca se permanece o mesmo, você tem razão. Nem com o outro, nem sozinho. Somente os deuses podem fazê-lo. Entretanto, desconfio que não queiram. Aliás, eles devem ficar um tanto quanto decepcionados com nossa raça quando nos atemos demais à definição das palavras. A maior diversão deles, presumo, talvez seja a de observar aqueles seres humanos que tateiam as fronteiras que limitam as palavras - e descobrem que há muito, muito mais para além de tais limitações. Ou aquém, no originário anterior a elas. Mas isso, novamente, "é para poucos. Pouquíssimos". Poucos são aqueles que recebem a dádiva/maldição de serem relampejados por raios aiônticos em suas cabeças. Sempre penso qual seria a missão desses pequenos grandes loucos. Ela não é dedicada ao mundo, porque este "tem" que funcionar. Talvez ela seja dedicada somente a eles mesmos. A um pensar solitário, um pensar que é desdobrar-se num outro que conversa com você. A velha coisa de falar "de si para si". E é a partir daí que as conexões se dão a conhecer, penso eu.
Os Verbos que você vai usar ou não são escolhas suas. E é um alumbramento gigante quando nosso livre-arbítrio se torna suficientemente sábio para que ele encontre o Destino. Muitas vezes, essa sabedoria parece ser a supressão do livre-arbítrio. Noutras, o Destino nos induz a encontrá-Lo pelo seu uso.
Capacidades negativas: só pensa quem aprende a lidar com o não, com a frustração, com a falta, com o fracasso, com a perda. Quem só quer se apropriar da luz é vencedor somente para esse mundo cartesiano e cheio de controle. E talvez esse coitado bem-sucedido descubra, aos 80 anos ou na próxima encarnação, quem sabe, que desperdiçou a vida ao desconhecer sua grande profusão sombria, a demoníaca, a violenta - exatamente a que irrompe em atos criativos, a que faz alquimia no dinamismo terreno.
Intenso seu blog. Parabéns mesmo!
Um beijo.
Gostei!
Mas depois do comentário do William fiquei ate com vergonha de escrever alguma coisa!
Parada é que vc não esta! Muito menos voltando! Sinto vc andar a passos largos....
Não tem como voltar ao mesmo lugar, não somos os mesmos nunca!
Talvez um rabisco no tempo, ou um lapso na existência, persistir, começar o novo, insinuando a finitude em cada esquina que dobramos...
Bendita loucura que nos consome!
Que nos conecta ao universo, que arranca a nossa alma do senso comum árido e insensível...
Beijos Fer
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